Equipa técnica que treinou a equipa de futebol sénior do clube antes da suspensão de actividade decidida em 7 de Setembro de 2010 reclama ...
Equipa técnica que treinou a equipa de futebol sénior do clube antes da suspensão de actividade decidida em 7 de Setembro de 2010 reclama pagamento de dívida de 14 mil euros. Novos órgãos sociais, que tomaram posse em Março, querem chegar a acordo com esses credores e retomar o futebol sénior já esta época na II Divisão Distrital.
O último treinador da equipa sénior de futebol da União Desportiva de Rio Maior (UDRM), Paulo Torres, e a equipa técnica que o acompanhava pediram a insolvência do clube com base numa dívida que reclamam na ordem dos 14 mil euros. O processo foi conhecido em Julho pelos novos dirigentes do UDRM e foi mais uma acha para a fogueira de problemas com que se confrontam desde que tomaram posse em Março último para dar nova vida ao emblema, que inscreveu recentemente a equipa sénior de futebol na II Divisão Distrital da Associação de Futebol de Santarém. Isto três anos depois de os sócios do UDRM terem decidido, em assembleia geral, encerrar a sua actividade, quando o passivo do clube ascendia a 93 mil euros e era gerido por uma comissão administrativa.
Paulo Torres é agora treinador do Sporting Clube da Guiné Bissau. Liderou o clube riomaiorense na última época desportiva em actividade até Maio de 2010. Com a restante equipa técnica, ganhou uma acção interposta contra o clube no Tribunal do Trabalho das Caldas da Rainha e pede agora a insolvência do UDRM, que corre no Tribunal de Rio Maior, ainda sem decisão tomada. Saturnino Esperto, presidente da direcção do UDRM, lamenta mais uma dificuldade colocada aos novos dirigentes e diz esperar que possa vir a ser alcançado um acordo com a equipa técnica e evitar que possa ser decretada a insolvência do clube.
Dívida fiscal por liquidar e dirigentes com bens penhorados
A dívida fiscal da UDRM, de 63 mil euros, e o recente caso da dívida à antiga equipa técnica não impediram a inscrição da equipa sénior na II Divisão Distrital da Associação de Futebol de Santarém. Plantel e corpo técnico ainda não estão definidos mas o clube já definiu com a autarquia e com a empresa municipal Desmor a utilização das infraestruturas desportivas para a época que se avizinha.
A dívida fiscal é um problema que pesa sobre 15 antigos dirigentes e elementos de anteriores comissões administrativas da UDRM. Saturnino Esperto é um desses elementos, com casa particular, terrenos e casa de férias penhorados. “Estamos em conversações com a Direcção Distrital de Finanças para que possamos chegar a um acordo de pagamento”, acrescenta.
O problema é do tipo bola de neve. O clube não tem património e a antiga sede, avaliada pelas Finanças há alguns anos em 125 mil euros, está na posse da Câmara de Rio Maior. Sem certidão de não dívida, a autarquia não pode transferir o imóvel para a posse do clube como já afirmou a presidente da câmara, Isaura Morais. E sem a sede em seu nome, o clube não a pode dar como garantia dos pagamentos que tem pendentes. “Daí ser importante arrancar com o projecto desportivo, criar dinâmicas e explicar a situação que se vive ao investidor”, realça também João Verde da Costa, tesoureiro da UDRM.
Segundo estes dirigentes, o investidor que pretende apostar no clube é o mesmo que apostou no Farense. Pretende que se faça uso das boas infraestruturas desportivas da cidade para começar por criar uma equipa na II Divisão Distrital e subir de escalões, promovendo e valorizando jogadores.
Recorde-se que a UDRM enfrentou várias dificuldades e, em 2008-2009, apesar de disputar a subida à II divisão nacional, sofreu o protesto dos jogadores devido a ordenados em atraso. O clube conseguiu evitar a descida, recorrendo aos juniores, mas em 2009/10 abdicou da presença nas competições nacionais seniores.