Um cidadão aproveitou o período destinado ao público na última reunião do executivo da Câmara de Rio Maior para criticar a postura dos au...
Um cidadão aproveitou o período destinado ao público na última reunião do executivo da Câmara de Rio Maior para criticar a postura dos autarcas durante os trabalhos, que, disse, “não é nada dignificante” para quem assiste às sessões. Nuno Lucas causou uma reacção de indignação por parte de alguns membros do executivo e, instado pelo vereador Carlos Nazaré (PS) a esclarecer o que queria dizer, criticou os vereadores João Candoso (PSD) e Daniel Pinto (PS) por estarem a trabalhar nos seus computadores portáteis, o vice-presidente Carlos Frazão por alegadamente estar a “brincar” com o telemóvel e a vereadora Ana Figueiredo (CDS) por estar a mascar pastilha elástica.
A intervenção do munícipe - que criticou ainda o atraso nas actas das reuniões de câmara disponibilizadas na Internet, lamentou a pouca participação dos cidadãos nas reuniões e queixou-se por ter recebido mais uma contra-ordenação por parte da autarquia, dizendo-se “perseguido” - motivou uma resposta à letra por parte de alguns autarcas, começando logo pela presidente do município.
Isaura Morais referiu que se calhar não vai mais gente expor os seus problemas às reuniões de câmara porque ela e a sua vereação têm uma política de proximidade e estão sempre disponíveis para receber e ouvir os munícipes. “Essas pessoas procuram resolver os seus problemas de outra maneira”, disse, criticando a postura do munícipe que tem uma empresa de construção civil.
O vice-presidente Carlos Frazão aconselhou o cidadão a pôr a mão na consciência e a avaliar se a sua atitude foi dignificante, afirmando “olhos nos olhos” que não admitia que fossem ali dizer que o trabalho do executivo não era dignificante. Quanto às coimas que foram aplicadas pela câmara, afirmou que as mesmas se devem ao facto de o queixoso “fazer quase tudo sem as respectivas licenças”. “A lei, assim como o sol, quando nasce é para todos”, concluiu Frazão.
Já o vereador João Candoso (PSD), visado pelo cidadão por ter sido quem despachou a última contra-ordenação relacionada com obras particulares, referiu que apesar de ser amigo do visado tinha que dar seguimento ao processo por ter o pelouro do contencioso e da fiscalização. Aproveitou para mostrar à assistência o ecrã do seu portátil e assim clarificar que estava a utilizar o aparelho para seguir a ordem de trabalhos da reunião em suporte digital.
Augusto Figueiredo (CDU) respeitou o juízo de valor do cidadão e disse que estava disponível para o receber e ouvir, mas que até à data aquele nunca o tinha procurado, enquanto Carlos Nazaré declarou que está na vida pública há quase 30 anos “e nunca ouvi isto”, referindo-se às opiniões de Nuno Lucas.
Fonte: O Mirante