O surgimento do Cristianismo acompanhou o desenvolvimento do Império Romano, donde a sua implementação ter ficado profundamente articulada...
O surgimento do Cristianismo acompanhou o desenvolvimento do Império Romano, donde a
sua implementação ter ficado profundamente articulada com esse universo. Inicialmente tolerada
pelas autoridades romanas, esta religião pertencia ao grupo de cultos orientais que coexistiam no
Império que, pelas suas características, vieram satisfazer as novas necessidades religiosas do mundo
romano.
Pois, com a instabilidade política, social e económica que marcaram o Império durante os primeiros séculos após o nascimento de Cristo fez surgir um sentimento de insegurança em relação ao que o futuro reservava, juntamente com a emergência cada vez mais forte de uma mentalidade individualista.
Foram as diferenças entre a religião romana e a religião cristã que ditaram a sua popularidade e o sincretismo que ditou a sua expansão, entre os quais se pode destacar o seguintes factores:
Pois, com a instabilidade política, social e económica que marcaram o Império durante os primeiros séculos após o nascimento de Cristo fez surgir um sentimento de insegurança em relação ao que o futuro reservava, juntamente com a emergência cada vez mais forte de uma mentalidade individualista.
Foram as diferenças entre a religião romana e a religião cristã que ditaram a sua popularidade e o sincretismo que ditou a sua expansão, entre os quais se pode destacar o seguintes factores:
- O facto de se tratar de uma religião que prometia a salvação. O Cristianismo é uma religião que gira em torno do seu Messias. Para os crentes, Jesus Cristo é o caminho da salvação, o único mediador entre Deus e o Homem: “Ele quer que todos os homens sejam salvos e cheguem ao conhecimento da verdade. Pois só há um Deus e só um mediador entre Deus e os Homens: Jesus Cristo, homem que se entregou para resgatar todos”. Deste modo, distinguia-se do culto tradicional romano cujas cerimónias eram colectivas e em que não havia participação activa do cidadão. A crença de que Jesus Cristo é o caminho para a salvação veio proporcionar ao crente a relação individual com a divindade que ambicionava. Nos difíceis tempos que corriam, o cidadão romano tanto procurava a felicidade na vida terrena como no mundo do Além. O Mundo dos Manes não era propriamente um lugar feliz, dependentes dos vivos para não se tornarem espectros atormentados. Mas o Cristianismo prometia um mundo de bem-aventurança a todos os fiéis .
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Telha curva com uma inscrição paleocristã. |
- O monoteísmo aparecia como uma força divina moralizadora ao contrário da mitologia romana que era descrita como oca e falsa, por Paulo de Tarso: “Pelo contrário, perderam-se em raciocínios vazios, e a sua mente ficou obscurecida. Pretendendo ser sábios, tornaram-se tolos, trocando a glória do Deus imortal por estátuas de homem mortal, de pássaros, animais e répteis”. Assim, para a concepção cristã, os tempos difíceis que se viviam no Império eram resultado de um castigo de Deus: “Os homens desprezaram o conhecimento de Deus; por isso, Deus os abandonou ao sabor de uma mente incapaz de julgar”.
- Por fim, Paulo de Tarso contribuiu para a expansão desta nova religião ao afirmar que os Gentios (os não judeus) não necessitavam de se converter ao judaísmo para se tornarem cristãos. Isto criou uma separação religiosa entre o cristianismo e o judaísmo, o que facilitou a sua aceitação. Este primeiro passo para uma síntese entre os costumes pagãos e o culto cristão permitiu que o cristianismo se expandisse e, ao fim de 150 anos, estava espalhado por todo o Mediterrâneo. Na Península Ibérica, a sua difusão ocorreu essencialmente nas cidades.

Fonte: Mestrado em Estudos Regionais e Autárquicos de Setembro de 2011 de Lídia Amélia Moreira Ferraz de Gouveia Jorge sobre História da evolução religiosa no concelho
de Rio Maior